COMBATE AO ABANDONO E INSUCESSO ESCOLARES
Através da Comunicação Social, conheci a “história” da Rosa uma jovem adolescente de 16 anos, que frequentou a Escola em Folgosinho, uma pequena aldeia nos arredores de Gouveia. Quando acabou a 4ª classe foi proibida de continuar a estudar, por imposição dos seus pais, porque precisavam do seu trabalho na vida do campo.
O desencanto espelhado no seu rosto rosado e queimado pelo sol naquela serra profunda onde vive, era visível. Ela sabia que o que lhe restava fazer era desempenhar as tarefas de que foi incumbida dia após dia: guardar ovelhas, cabras, guiar uma junta de bois e ainda amanhar e colher o que a terra possa dar para o sustento da família.
Questionada por pessoas responsáveis, interessadas na inversão desta situação, ela própria disse, com algum medo, olhando o chão, que sentia a falta da escola e que procurou saber como seria possível sair daquela vida que não lhe dizia nada e poder de novo continuar a estudar para realizar o seu sonho. Por sua vez a mãe, mostrando a legitimidade do seu poder sobre a filha, falou para os repórteres, duma forma inquestionável e afirmou que a Rosa não saía dali para lado nenhum e disse: “tenho mais dois filhos, um mais velho que a Rosa, também fez a 4ª classe e começou a trabalhar aqui ”.
Este é um dos muitos exemplos que infelizmente existem um pouco por todo o país, talvez com mais incidência nas zonas rurais e que são uma demonstração evidente da necessidade em combater o insucesso escolar.
Existem muitas “Rosas” no nosso País sobretudo nas Regiões do Interior, onde o culto da Escola perdeu o seu valor para um melhor desenvolvimento das crianças.
Continua a não existir uma dedicação especial a estes casos por parte do Governo, com responsabilidades acrescidas do Ministério da Educação. É importante que o País saiba que o futuro de um Povo dependerá de uma maior e melhor cultura e educação dos seus filhos.
Jovens como a Rosa, são aos milhares, alguns escondidos nas fragas das serras e vales que se perdem nas profundezas das aldeias mais recônditas de Portugal, onde o sol mal aquece os corações e a civilização é ainda uma esperança…
Portugal é o 2º País da União Europeia com maior taxa de abandono escolar precoce. As estatísticas apontam para um número elevadíssimo, correspondente a 41% do total. É nestes números preocupantes que devemos meditar porque este problema é afinal de Todos os portugueses.
As crianças são vitimas do baixo nível social em que se inserem, vivendo em muitos casos em deprimentes condições de higiene e alimentação, contrariando na prática a tão propagada luta contra o analfabetismo de que tanto se fala…
Os pais que vivem nos campos, mesmo nas grandes cidades em autênticos guetos, não têm meios económicos nem apoios sociais para orientarem os filhos no caminho da escola faltando-lhes muitas vezes as necessárias ajudas das Instituições de Solidariedade a quem compete orientar essas famílias para uma vida melhor!!!
Sabemos que Portugal continua na cauda da Europa na maior parte dos índices económicos e sociais, ainda que por vezes se tentem maquilhar alguns aspectos da sociedade com as novas tecnologias que sem dúvida modernizam o País mas também vão proporcionando um fosso enorme nas populações que vivem abaixo do limiar da pobreza, muitas vezes em situações humilhantes como seres humanos!!!
São os contrastes deste Portugal onde muitas “Rosas” continuam sem florir!
É preciso que as “Rosas” deste país que desejam continuar a estudar, que querem ser alguém na vida, possam ter iguais condições nesta sociedade onde vivem num total isolamento ao arrepio dos deveres e direitos sociais, culturais e económicos a que têm direito.
O País, ou melhor o Governo tem a obrigação de lhes dar a necessária formação escolar e o acompanhamento social que as motive para estudarem e alcançarem os seus objectivos culturais para bem da família em que se inserem, mas também como estímulo para terem um futuro digno e próspero.
O País precisa de TODOS para que o Portugal de Amanhã seja uma realidade que possa tornar esta nossa Sociedade digna da União Europeia de que faz parte e sejamos respeitados como um Povo que se desenvolveu social, cultural e economicamente no caminho do progresso e da modernidade !!!
Só assim poderemos estar ao nível de outros Países desenvolvidos e teremos orgulho de gritar bem alto : VIVA PORTUGAL !
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